A pastoral polônica no Brasil: história e atualidade*


 

 
A imigração polonesa no Brasil, da mesma forma que em outros países da América Latina, teve um ponto de partida bem mais difícil do que aquela na América do Norte. Falando de forma sintética, ela se defrontou ali com condições sociopolíticas diferentes, da mesma forma que com uma abordagem diferente dos pastores da Igreja diante do fenômeno da imigração. No inicio havia falta de sacerdotes, o que tem acarretado uma série de problemas relacionados com a instalação inicial da imigração polonesa no Brasil. Para a América do Sul dirigia-se principalmente a população aldeã, quase sempre sem escolaridade. Por exemplo – segundo Boleslau Żabko-Potopowicz – dos imigrantes poloneses que vieram ao Brasil, 95% era constituído de camponeses (3,5% de operários e artesãos, 1,0% de comerciantes e industriais e 0,5% de intelectuais) .
Foi somente a II Guerra Mundial e os tempos do pós-guerra que trouxeram à América Latina, e consequentemente ao Brasil, uma nova onda de emigrados poloneses. Tratava-se de pessoas que haviam permanecido em campos de concentração nazistas e de ex-soldados das Forças Armadas Polonesas que lutaram no Ocidente. De maneira geral essas pessoas se estabeleceram nas grandes cidades brasileiras (Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Porto Alegre). Se em período posterior houve casos de poloneses que se estabeleciam no Brasil, tratava-se de casos individuais, isolados.
 
Mesmo com um olhar superficial para a história da imigração polonesa ao Brasil não se pode deixar de perceber o clero polonês e o seu ministério em prol dos compatriotas e brasileiros nas estruturas da Igreja local. Foi sobretudo em razão dos imigrantes poloneses que começaram a vir a esse país padres e religiosas poloneses, a fim de lhes assegurar um assistência que não se restringia apenas às necessidades espirituais. 
Infelizmente, a respeito do tema da pastoral polônica no Brasil – tão amplamente desenvolvida e tão meritória diante dos emigrados poloneses e dos seus descendentes – há poucas obras publicadas . O pe. Adalberto Sojka CM escreve que “a respeito dos pioneiros da pastoral polonesa no Brasil lê-se raramente e pouco e, fora do Brasil, provavelmente nada” . Passaram-se mais de cinquenta anos desde que essas palavras foram escritas. Da minha posição de modesto observador posso dizer que a esse respeito não houve muitas mudanças... 
Acredito que vale a pena dedicar alguma atenção a essa problemática, para que possamos – ao menos de forma esquemática – travar conhecimento com a história dos missionários poloneses entre os compatriotas nesse vasto país que é o Brasil. 
 
Os religiosos poloneses que vieram ao Brasil no primeiro período faziam parte do clero diocesano. A maioria deles era constituída de ex-religiosos . Não nos esqueçamos de que no período da vinda deles ao Brasil justamente as potências ocupantes estavam fechando as ordens religiosas em terras polonesas. Após 1863 foram cassadas as ordens religiosas na zona de ocupação russa e, após 1875, na zona de ocupação prussiana. Dessa forma, no período inicial vinham ao Brasil não tanto padres diocesanos quanto secularizados . 
Como um dos primeiros religiosos poloneses que aportou ao Brasil deve ser considerado o pe. Adalberto Męciński, um missionário jesuíta. Ele veio ao Brasil casualmente em 1631. Posteriormente, com a idade de 42 anos, morreu como mártir no Japão .
Entre os emigrantes poloneses que após a queda do Levante de Janeiro [de 1863] vieram ao Brasil encontramos também religiosos católicos. Assim, em 1865 veio o pe. Carlos Mikoszewski e em 1869 o pe. José Juszkiewicz .
O pe. João PItoń CM, que por muitos anos foi reitor da Missão Católica Polonesa no Brasil, elaborou uma relação detalhada dos padres diocesanos, bem como de diversas congregações religiosas que vieram ao Brasil nos anos 1865-1970. Com base nos dados fornecidos pelo pe. Pitoń, mencionarei aqueles que foram os primeiros a chegar. E assim: em 1865 veio o pe. Carlos Mikoszewski, em 1867 – o pe. Antônio Zieliński, em 1869 – os padres Mariano Giżyński e José Juszkiewicz, em 1875 – o pe. Luís José Przytarski, em 1878 – os padres Ladislau Grabowski e Francisco Gurowski (seu sobrenome aparece grafado de formas diversas: Guranowski, Górowski, Guroński)), em 1883 – o pe. João Adamowski, em 1885 – o pe. Adalberto Sołek (alguns fornecem o seu sobrenome como Sułek), em 1887 – o pe. Francisco José Soja, em 1889 – os padres Paulino Domainski, André Dziadkowiec e João Peters, em 1890 – o pe. Casimiro Andrzejewski, em 1891 – os padres Francisco Chyliński, Sigismundo Chełmicki, Martim Modrzejewski (alguns autores o apresentam como Możejewski) e Ladislau Smołuch, em 1895 – os padres Antônio Cuber, Aleixo Iwanow, Miguel Słupek e Tiago Wróbel, em 1896 – os padres Vicente Bronikowski, Estanislau Fróg, José Fuliński, Gabriel Kraus, Adalberto Młynarczyk, Leo Niebieszczański, Matias Piech e Antônio Rymar, em 1897 – o pe. Adalberto Dynia, em 1898 – os padres João Miętus e João Rokosz, em 1899 – os padres Cesário Wyszyński e João Wołyncewicz, em 1901 – o pe. Tadeu Stankiewicz, em 1903 – o pe. José Anusz, em 1905 – os padres Adolfo Kruszewski e João Marek, em 1908 – os padres Leonardo Starzyński e Estêvão Stawianowski, em 1914 – o pe. Vicente Hypnorowski. Por sua vez entre os padres verbistas o primeiro a vir foi o pe. Carlos Dworaczek (1900), e dentre os padres vicentinos – o pe. Boleslau Bayer, o pe. Hugo Dylla e o pe. Francisco Chylaszek (1903) . 
Como mencionei acima, a vinda do clero polonês ao Brasil esteve relacionada, sobretudo, com o início da imigração polonesa ao Brasil. Padres, religiosos e religiosas vinham da Polônia a fim de dedicar-se ao trabalho missionário – e não apenas entre os emigrados poloneses. Como um dos primeiros dentre os padres que vieram da Polônia ao Brasil e serviram aos imigrantes poloneses, considera-se o pe. Antônio Zieliński, que participou do Levante de Janeiro [de 1863], denominado “pai do clero polonês no Brasil” .
Parece ser digno de nota, neste ponto, o apelo dos imigrantes pedindo um sacerdote polonês. A revista Przegląd Emigracyjny (Revista Emigratória), editada em Lvov, publicou uma carta enviada no dia 15 de março de 1893 de São Mateus do Sul (PR) por Antônio Zdzislaw Bodziak . Alguns meses mais tarde (20 de junho de 1893), o mesmo senhor Bodziak enviou uma outra carta de pedido, na qual escrevia: “Peço insistentemente ao Prezado Senhor, tanto em nome dos colonos como em meu próprio, que providencie o envio de um padre, visto que um bom padre é um verdadeiro fundamento e uma muralha para o nosso povo aldeão. Em São Mateus os colonos ainda se mantêm juntos porque somos pelos menos três comerciantes poloneses que ainda os agregamos de alguma forma. Mas as outras colônias sofrem muito, porque permanecem deixadas à sua própria sorte, sem qualquer presença de intelectuais, tanto leigos como religiosos” .
Diante da situação apresentada por um dos imigrantes, no número por mim citado a revista Przegląd Emigracyjny transcreveu da Gazeta Polska w Brazylii (Gazeta Polonesa no Brasil) um trecho do artigo intitulado “A nossa posição”, publicado no dia 22 de julho de 1893. Vale a pena apresentar pelo menos trechos do mencionado texto: “Em terra brasileira estabeleceram-se algumas dezenas de milhares de poloneses, que sem exceção pertencem à Igreja católica, e no entanto, no Brasil, entre os católicos eles são tratados de qualquer jeito. A população polonesa, profundamente católica, acostumada à igreja e aos seus ritos, hoje se encontra  privada daquilo que exteriormente atrai o homem a Deus, privada dos meios da graça que conduzem à salvação, permanece em perigo de perder a fé e, com isso, a sua nacionalidade. Sabemos muito bem que o polonês, quando se afasta da fé, afasta-se também do sentimento da sua nacionalidade, e os casos desse tipo são aqui muitos. Os poucos sacerdotes poloneses que se encontram aqui para a assistência espiritual não serão suficientes para o país todo. [...] Atualmente a nossa defesa encontra-se  apenas nos sacerdotes poloneses e no ritual eclesiástico, porque as escolas polonesas, que aqui existem em pequeno número, são para isso insuficientes” .
Muitas informações a respeito da pastoral polonesa no Brasil nos são fornecidas por Estanislau Kłobukowski, que visitava os imigrantes poloneses no início da sua vida de colonizadores. Eis uma observação de Kłobukowski: “A falta de um padre polonês e da escola polonesa, bem como a presença de estrangeiros fora das colônias muito perturbam o colonos. Muitos deles, apesar do sucesso, no fundo da alma não abandonam a ideia de mudar-se para onde a população polonesa é mais numerosa, para que as crianças tenham o ensino polonês e eles possam fechar os olhos entre os seus” . Igualmente José Siemiradki, em seu livro, aborda a problemática da pastoral polonesa e da preservação da identidade nacional .
 
A primeira congregação religiosa que iniciou a sua atividade em território brasileiro no ocaso do século XIX e no início do século XX foi a Congregação do Verbo Divino (verbistas) . Os verbistas vieram ao Brasil em 1895. Iniciaram o seu trabalho no estado do Espírito Santo. Vieram ao Paraná a pedido do bispo de Curitiba – Dom José de Camargo Barros. O primeiro núcleo deles foi a paróquia de São José dos Pinhais, que naquela época se estendia por uma área de 100 quilômetros (até a divisa com o estado de Santa Catarina) por 50 quilômetros. Essa foi a primeira paróquia no Brasil onde os verbistas se encontraram com poloneses. Em novembro de 1900 veio a essa paróquia o pe. Carlos Dworaczek, falecido com fama de santidade .
Quase que simultaneamente com os verbistas, vieram os missionários de S. Vicente de Paulo (que no Brasil passaram a ser conhecidos como vicentinos). No dia 19 de maio de 1903 – atendendo a um convite do acima mencionado bispo Dom José de Camargo Barros e dos imigrantes poloneses – partiu de Cracóvia o primeiro grupo missionário (pe. Boleslau Bayer, pe. Hugo Dylla, pe. Francisco Chylaszek e o ir. Alexandre Węgrzyn). No dia 19 de junho de 1903 eles desembarcaram no porto de Paranaguá. No dia seguinte vieram a Curitiba .
É preciso ainda enfatizar uma realidade pouco conhecida. Eis que no início da colonização polonesa no Brasil os padres poloneses eram decididamente insuficientes! O pe. Adalberto Sojka assinala claramente: “Eram poucos para os próprios imigrantes, poucos para as áreas pelas quais se espalhavam. Nunca chegaremos a contar ali mais de vinte padres poloneses ao mesmo tempo. Em muitas colônias, pela vinda dos primeiros padres as pessoas tinham de esperar dez a quinze anos; em outras, após a partida de um padre, tinham de esperar anos até que viesse o seu substituto” . 
Gostaria, neste ponto, de registrar o seguinte fato. O primeiro bispo da diocese de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, numa comovente carta ao bispo de Przemyśl pedia – por Deus – pelo menos dez padres, visto que, como escrevia: “Somente o sacerdote polonês pode assegurar a adequada assistência ao imigrante polonês” .
Com o passar do tempo começaram a chegar ao Brasil igualmente outras congregações masculinas, às quais, após a II Guerra Mundial, juntaram-se os membros da Sociedade de Cristo para os Poloneses Emigrados . O primeiro padre da Sociedade de Cristo, que no dia 2 de janeiro de 1958 veio para o trabalho pastoral em meio à colônia polonesa no Brasil, foi o pe. Ceslau Czartoryski. A seguir, naquele mesmo ano, vieram os pardres Estanislau Nowak, Sigismundo Supieta e José Wojda .
 
É preciso assinalar que os padres vindos da Polônia não apenas exerciam tarefas decorrentes da sua vocação religiosa, mas também apoiavam os imigrantes com diversos conselhos, forneciam o consolo espiritual, bem como contribuíam para que surgissem – além das construções sacras – também as primeiras escolas e bibliotecas. Em caso de necessidade, o religioso polonês prestava aos nossos colonos a assistência médica, econômica, legal. Segundo Maria Paradowska, “o amplo leque de atividade, sobretudo pastoral, mas também cultural e em muitas outras áreas, teve um enorme significado para os colonos poloneses e para toda a sociedade do país da sua residência” . É um fato inegável que o clero polonês desempenhou um importante papel na preservação do polonismo entre os emigrados poloneses no Brasil. O papel do padre polonês não se restringia, portanto, a tarefas puramente pastorais . Essa realidade ocorre ainda hoje na atividade dos religiosos poloneses e das irmãs polonesas entre os brasileiros de origem polonesa, estabelecidos principalmente no interior do país. 
Gostaria de enfatizar mais uma vez que os primeiros padres poloneses que vinham ao Brasil empreendiam o trabalho pastoral entre os colonos poloneses. Ruy Christovam Wachowicz – um conhecido e apreciado historiador paranaense e polônico – observa: “A paróquia e o padre polonês eram indispensáveis para o camponês [polonês]. A igreja era o centro espiritual, mas também o núcleo onde o colono satisfazia as suas necessidades de comunicação com os semelhantes. No Brasil essas necessidades assinalavam-se mais ainda, em razão do isolamento em que lhes coube viver. A igreja, a paróquia e o padre serão por muito tempo, em muitas colônias do Brasil, o único fundamento da unidade entre os colonos” . 
O mesmo acontecia com as congregações femininas. Inicialmente as religiosas polonesas vinham ao Brasil para trabalhar entre os imigrantes poloneses. As primeiras que vieram ao país foram as Irmãs de Caridade de S. Vicente de Paulo (1904), e a seguir as franciscanas da Sagrada Família – conhecidas no Brasil como Irmãs da Sagrada Família (1906). A mais jovem congregação feminina a trabalhar em meio à colônia polonesa no Brasil são as missionárias de Cristo Rei, presentes no país desde 1988 .
 
Somente com o passar do tempo começaram a vir missionários e missionárias polonesas para dedicar-se à atividade pastoral, caritativa (e também de outra natureza, mas sempre tendo relação com o serviço evangélico) entre os brasileiros. No que diz respeito à atividade do clero polonês no Brasil, conforme afirmei acima, no início ela tem sido desenvolvida entre os imigrantes poloneses. O clero polonês desenvolveu uma atividade não apenas puramente religiosa, porquanto também fortalecia entre os emigrados o sentimento da identidade nacional e a memória das suas raízes. Atualmente essa atividade continua a ser sempre atual, embora seja desenvolvida – em grande medida – em prol das gerações subsequentes dos imigrantes poloneses. Talvez valha a pena lembrar que o afluxo da imigração polonesa ao Brasil encerrou-se praticamente após a II Guerra Mundial. A diversificada atividade pastoral dos padres diocesanos e religiosos poloneses e das irmãs pertencentes a diversas congregações contribui para a elevação dos descendentes dos emigrados poloneses, bem como da sociedade local, a um nível espiritual, cultural e civilizacional mais elevado . 
 
Importa – ainda que brevemente – lembrar as visitas pastorais que hierarcas poloneses têm realizado à colônia polonesa no Brasil. O primeiro a encontrar-se com os compatriotas no Rio de Janeiro e em São Paulo foi o cardeal Dom Augusto Hlond, primaz da Polônia. Em sua viagem a Buenos Aires, para participar do Congresso Eucarístico Internacional em outubro de 1934, o cardeal Hlond deteve-se no Rio de Janeiro. O mesmo aconteceu na viagem de volta do congresso, quando o primaz da Polônia encontrou-se com a colônia polonesa em São Paulo e no Rio de Janeiro. O bispo Dom Teodoro Kubina, que fazia companhia ao cardeal Hlond, após o término do congresso permaneceu no Brasil por três meses e visitou os núcleos poloneses no Sul do país . O hierarca seguinte a encontrar-se com a colônia polonesa no Brasil foi o bispo Dom José Gawlina . Em 1968 o bispo Dom Ladislau Rubin visitou os núcleos poloneses do país . A colônia polonesa vivenciou uma grande alegria em 1984 em razão do encontro com o cardeal Dom José Glemp, primaz da Polônia e protetor dos emigrados . Estando no Rio de Janeiro, encontraram-se com a comunidade polônica o bispo Dom João Wosiński (11.11.1990), o arcebispo Dom Jorge Stroba (3.8.1978), o cardeal Dom Francisco Macharski (11.11.1990) e o bispo Dom Sigismundo Kamiński (novembro de 1993) . Alguns anos mais tarde, encontrando-se no país, mantiveram encontros com a comunidade polônica: o arcebispo Dom Zeno Grocholewski, do Vaticano (1996), e o bispo Dom Estanislau Stefanek SChr (julho-agosto de l996) . O arcebispo Dom Estêvão Wesoły visitou diversas vezes a colônia polonesa no Brasil, a residente nas metrópoles (Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba) e a que vive no interior do país . Todas essas visitas dos pastores poloneses “introduziram na comunidade polonesa a renovação do espírito de fé e dos vínculos com a Pátria” .
 
Falando da pastoral polônica, não se pode deixar de mencionar a existência da Missão Católica Polonesa no Brasil, cujo início ocorre com a nomeação do seu primeiro reitor. Nos documentos a mim acessíveis, não encontrei um documento específico a estabelecer a Missão. Por proposta do arcebispo Dom José Gawlina, protetor dos emigrados poloneses residente em Roma, no dia 4 de fevereiro de 1953 o pe. Ludovico Bronny CM, visitador da congregação dos padres vicentinos, foi nomeado pela Congregação Consistorial missionário dos imigrantes poloneses no Brasil. A nomeação foi assinada pelo cardeal Dom Adeodato Giovanni Piazza, responsável por essa Congregação na Santa Sé . Tradicionalmente, nas condições da pastoral emigratória polonesa, essa função tem sido identificada com a de reitor. A partir de então toda a correspondência destinada ao pe. Ludovico Bronny e aos seus respectivos sucessores tem sido endereçada como ao reitor da Missão Católica Polonesa no Brasil .
Dessa forma, a data de 4 de fevereiro de 1953 deve ser considerada como o início da pastoral polonesa especialmente organizada no Brasil. Isso ocorreu graças aos empenhos do incansável arcebispo Dom José Gawlina .
Talvez a maior dificuldade no desenvolvimento da atividade dos diversos reitores da Missão Católica Polonesa no Brasil tenha sido a busca dos necessários recursos financeiros. Mencionava esse problema o pe. Estanislau Piasecki na sua carta do dia 13 de março de 1956 ao arcebispo Gawlina . Por sua vez o pe. João Pitoń, numa carta do dia 10 de julho de 1963 ao mesmo arcebispo, escrevia: “Reitorias sem meios financeiros são uma utopia; somente pesos – é um absurdo que não pode subsistir por muito tempo” . Num tom semelhante escrevia o pe. Pitoń também ao cardeal Dom Estêvão Wyszyński, primaz da Polônia . Por certo período de tempo, a província norte-americana da Sociedade de Cristo tem apoiado financeiramente a atividade do reitor pe. Benedito Grzymkowski SChr. Esses recursos, em grande medida, eram destinados a cobrir as despesas de viagem aos núcleos polônicos no Brasil e as visitas aos padres poloneses que trabalhavam nas diversas regiões desse extenso país. O atual reitor (o sétimo sucessivo), sendo pároco da paróquia de S. João Batista em Curitiba, muitas vezes destina à atividade de reitor o salário de pároco que ganha na paróquia. Esporadicamente recebe alguma importância para cobrir despesas de viagens ou ainda a atividade editorial. No que diz respeito à atividade editorial, é preciso enfatizar que no início da sua reitoria o pe. Benedito Grzymkowski SChr editou a cada mês, durante três anos, o Boletim da Missão Católica Polonesa no Brasil.  O atual reitor edita o Eco da Missão Católica Polonesa no Brasil, publicado a cada dois meses e direcionado aos padres e aos líderes polônicos, bem como a todos os missionários e missionárias provenientes da Polònia. O Eco é a única publicação no Brasil editada em língua polonesa. Além disso, é editada a revista Polonicus, de perfil científico e dedicada à problemática polônica e aos contatos Brasil-Polônia. Esse periódico é publicado semestralmente em língua portuguesa. Aparece em polonês a tradução do sumário, do editorial e um resumo de cada artigo. Exercendo o seu ministério há apenas alguns meses, o novo provincial da Sociedade de Cristo na América do Sul, pe. Casimiro Długosz SChr, demonstra compreensão e apoio ao reitor da Missão no que diz respeito ao apoio financeiro para a sua atividade. 
No entanto constata-se que, apesar das dificuldades financeiras com as quais se têm defrontado, os diversos reitores da Missão Católica Polonesa no Brasil têm-se esforçado por cumprir fielmente essa missão – nem sempre fácil – que lhes foi confiada pela Igreja.
 
No que diz respeito à pastoral especifica, o que propriamente é a pastoral polônica, ela é desenvolvida na dimensão seguinte. Nas cidades grandes – onde residem os poloneses nascidos na Polônia ou os seus descendentes fortemente relacionados com a fé, a cultura e a língua polonesa – existem paróquias pessoais ou capelanias polonesas. As paróquias pessoais polonesas têm sido instituídas há algumas décadas e existem até o dia de hoje em Curitiba (Paróquia S. Estanislau Bispo e Mártir – verbistas) e Rio de Janeiro (Paróquia de Nossa Senhora do Monte Claro – padres da Sociedade de Cristo). Além das mencionadas paróquias pessoais, existem capelanias polonesas em São Paulo (desde o início dirigida pelos salesianos, e a partir de dezembro de 1996, pelos padres da Sociedade de Cristo) e Porto Alegre (inicialmente dirigida pelos padres diocesanos e a seguir, durante setenta anos, pelos padres vicentinos; atualmente a capelania não conta com um padre). Além disso, em Curitiba, por dezenas de anos os padres vicentinos celebraram todos os domingos, em sua igreja paroquial de S. Vicente de Paulo, uma missa em polonês. Nos últimos meses interromperam a celebração da missa polonesa em razão do pequeno número de pessoas que apareciam todos os domingos em sua igreja.
No entanto nas regiões onde vivem os descendentes dos imigrantes poloneses existem paróquias territoriais. Gostaria de frisar neste ponto que desde o início da presença dos imigrantes no Brasil não têm sido instituídas paróquias nacionais. Os bispos criavam paróquias territoriais em áreas muito extensas. Os meios de comunicação eram muito primitivos, muitas vezes restringindo-se a um estreito caminho traçado em meio à mata virgem.
Nas comunidades paroquiais onde vivem os descendentes dos imigrantes poloneses a pastoral polônica depende em grande medida das necessidades dos próprios brasileiros de origem polonesa, bem como da criatividade e do engajamento do próprio padres polonês É preciso acrescentar ainda que em muitas paróquias são dadas aulas de língua polonesa, existem programas radiofônicos de caráter polônico, bem como conjuntos de folclore polonês .
Gostaria de citar uma observação do então Primaz da Polônia, o cardeal Dom José Glemp, que visitou os núcleos polônicos no Brasil e na Argentina em 1984. Após a sua volta à Polônia, ele publicou um livro em que registrou as suas observações: “A integração das comunidades religiosas apresenta a vantagem de introduzir o bem de cada nação no bem comum do país. Negligenciar a educação católica das crianças e dos jovens segundo a tradição polonesa equivale a contentar-se com a mediocridade, a baixar o nível da espiritualidade. No contexto brasileiro-argentino, não se pode negar que a catequese polonesa e o programa pastoral polonês, resultante da tradição de uma cultura milenar, garantem a obtenção de uma maturidade cristã mais elevada, o que equivale a uma contribuição positiva em prol da Igreja universal. [...] O sentido da pastoral polônica não consiste em preservar a todo o custo a língua e os costumes poloneses, mas em desenvolver da forma mais plena a graça da fé baseando-se na cultura religiosa polonesa e dessa forma dar testemunho de uma vida na Igreja que seja digna de aceitação e imitação [...]. Onde a pastoral polonesa é frágil, enfraquece também a brasileira” . 
É preciso salientar que as paróquias pessoais polonesas, as capelanias polonesas ou as paróquias territoriais em cujo território residem os descendentes dos imigrantes poloneses fazem parte das estruturas da Igreja local. Permito-me citar um trecho do meu pronunciamento durante uma conferência realizada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Varsóvia (CESLA – UV) em dezembro de 1998: “No âmbito do seu ministério pastoral, a Igreja no Brasil quis envolver todos os grupos sociais. No início da colonização, em muitos casos os bispos chamavam a atenção dos padres estrangeiros para que na assistência proporcionada aos seus compatriotas não se esquecessem das coletividades locais (dos mestiços, dos caboclos ou dos chamados luso-brasileiros). Atualmente a Igreja continua a possibilitar o desenvolvimento da pastoral étnica. Nos últimos anos os documentos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) têm salientado o valor de o povo expressar a sua experiência de fé dentro da sua própria cultura. Tanto o povo como a comunidade e os evangelizadores são convocados ao aprofundamento da fidelidade não apenas ao Evangelho, mas também à sua própria cultura e história” .
Nos primeiros anos da colonização polonesa a Igreja – através dos padres poloneses – desempenhou um papel unificador e foi o baluarte do polonismo. Atualmente, os religiosos poloneses continuam a contribuir para a difusão da cultura polonesa, dos costumes religiosos, das tradições, do folclore, mas já entre as sucessivas gerações dos imigrantes poloneses. Desde a eleição do cardeal Carlos Wojtyla como Papa, as suas visitas apostólicas ao Brasil e o encontro com a colônia polonesa do Brasil em Curitiba no dia 4 de julho de 1980, observamos um despertar da consciência da identidade polonesa entre as pessoas de raízes étnicas polonesas. Essas pessoas buscam as suas raízes e ficam sabendo em que consiste a sua identidade justamente dos padres poloneses. A maioria das pessoas de origem polonesa desconhece a língua polonesa. Não cabe aqui analisar as causas da perda de terreno da língua polonesa dentro da comunidade polônica nos últimos setenta anos. Os motivos, principalmente de natureza política, foram muitos. É por isso que, no ministério pastoral em meio àqueles que não conhecem suficientemente a língua polonesa existe a necessidade de chegar até eles com os valores culturais poloneses em sua língua pátria, ou seja, em português. Para os padres poloneses que trabalham nas coletividades polônicas, o trabalho pastoral não se restringe apenas a tarefas puramente religiosas. O padre deve não apenas evangelizar, mas ser também um incentivador e líder polônico. Deve não apenas ensinar a oração, ministrar os sacramentos, mas precisa também falar da Polônia atual e da sua cultura, esforçar-se por transmitir toda a riqueza da tradição religiosa polonesa. No interior do país, onde vivem os descendentes dos colonos poloneses, percebemos um forte sentimento de polonismo na família, que é fortalecido mais ainda onde há um padre polonês. Infelizmente, constata-se com tristeza que nem todos os padres poloneses que trabalham em meio aos descendentes dos imigrantes poloneses entendem dessa forma o seu ministério pastoral e que eles devem ser os embaixadores da tradição e da cultura polonesa .
Gostaria de citar aqui um trecho de um artigo do engenheiro Edmundo Gardolinski (nascido em São Mateus do Sul – PR, filho de imigrantes poloneses – seu pai, Mariano foi agrimensor) , construtor de numerosos aeroportos e prédios públicos, pesquisador a articulista polônico. O seu texto foi publicado no dia 25 de julho de 1957 no jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre: “A tendência, senão o sonho dos poloneses, deve ser nesse caso apenas que cada um dos descendentes do elemento polonês saiba da sua origem, não se envergonhe dela e veja de forma favorável as questões da pátria do seus antepassados. Essa consciência positiva não apenas será suficiente, mas será a garantia da união espiritual com a Polônia da pessoa que é brasileira, que aqui se radicou firmemente, mas que apesar disso envolve de amizade e cordialidade a distante nação polonesa, como se fosse um distante mas estimado familiar [...]. O brasileiro de origem polonesa sensível às questões polonesas nada perderá da sua brasilidade, por mais cordial que ela seja. Mais ainda: para o Brasil com certeza não é indiferente que um grupo que se fixa em seu território e adquire os direitos morais e legais de cidadão dispõe do cabedal de certos sentimentos, seja uma massa humana valiosa ou – pelo contrário – medíocre ou até renegada” . 
Durante a mencionada conferência científica organizada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (CESLA) da Universidade de Varsóvia, em dezembro de 1998, sobre o tema “O papel da pastoral polonesa na organização das coletividades locais na América Latina”, o então jovem cientista Mariusz Malinowski assim se pronunciou: “O papel da Igreja na vida organizacional da comunidade polônica é um tema que merece atenção especial. Através da Igreja realiza-se com muita frequência a atividade das organizações polônicas. Principalmente no interior, onde não existem condições para a criação de uma base cultural polonesa, algumas vezes a única forma para a preservação do polonismo é o cultivo dos rituais relacionados com a tradição religiosa católica do Natal e da Páscoa. E nas localidades em que, graças à atividade dos líderes locais, pode-se organizar algo mais – eventos sem a presença do padre são impensáveis [...]. A pastoral polônica é um fenômeno interessante no contexto histórico, porquanto os ambientes tão jovens como as nações latino-americanas e, como elas, compostos de um mosaico de multiculturalismo e exotismo, estão sujeitos a processos sociais cujas regras não transpuseram ainda a etapa das hipóteses. E não se pode esquecer disso falando da coletividade polônica na América Latina e da pastoral polônica com ela tão estreitamente relacionada” . 
Por sua vez o engenheiro André Hamerski, um líder da comunidade polônica brasileira, durante a mencionada conferência científica falou com toda a convicção: “O trabalho dos padres nas comunidades polônicas, como objetivo de fazer renascer e preservar a cultura polonesa, é um autêntico exemplo de trabalho pastoral. [...] Os lemas do renascimento da cultura da religiosidade polonesa muitas vezes fazem brotar lágrimas nos olhos daquelas pessoas de origem polonesa que falam ou falaram em polonês, com maior ou menor competência. Da história de algumas associações, clubes, etc. fundados no Rio Grande do Sul claramente resulta que caminham para a decadência aqueles que, apesar do respeito à cultura polonesa, esqueceram-se de Deus e da memória da religiosidade do povo polonês. Nos últimos tempos tem crescido muito o culto de Nossa Senhora de Częstochowa. Intensifica-se também o movimento que testemunha a importância da religiosidade dos imigrantes poloneses na criação das primeiras colônias. Essa é uma das funções da Representação Central da Comunidade Brasileiro-Polonesa (BRASPOL), uma organização que atua há apenas nove anos” . Complementarei dizendo que em janeiro deste ano a BRASPOL celebrou solenemente em Curitiba os 21 anos da sua atividade . 
No decorrer da mencionada conferência o prof. Ladislau Miodunka, da Universidade Jagiellônica de Cracóvia, expressou – a meu ver, de forma muito oportuna – a observação: “A comunidade polônica brasileira tem orgulho da sua identidade brasileira, mas espera também por uma revalorização da identidade polonesa, espera o reconhecimento pelos anos em que a denominação ‘polaco’ era uma definição pejorativa. Além disso, essa comunidade polônica, em sua massa, está pronta a preservar a sua identidade polonesa, que de forma alguma ameaça a identidade brasileira. Muito pelo contrário: ela complementa essa identidade e até a enriquece” . É justamente dessa forma que percebo o papel da pastoral polônica: que ela não apenas deve desenvolver a sua atividade numa dimensão puramente espiritual, religiosa, mas que deve também tornar-se protagonista e incentivadora da renovação e do fortalecimento da identidade polonesa dentro da atual comunidade polônica brasileira.  
   
 
Zdzislaw MALCZEWSKI SChr                             
 
         

*Comunicação apresentada na conferência científica internacional “Os poloneses na América Latina: o ethos patriótico nas condições da emigração polonesa”, organizada pelo Conselho Mundial de Pesquisas sobre os Poloneses Emigrados. A conferência realizou-se na Universidade Cardeal Estêvão Wyszyński (UCEW), em Varsóvia, nos dias 8-9 de abril de 2011.

[1]ŻABKO-POTOPOWICZ, Bolesław. Osadnictwo polskie w Brazylii. Warszawa, 1936, p. 13-14.

[1]A respeito da pastoral polônica no Brasil podem ser encontrados muitos artigos publicados na imprensa polônica desse país. Infelizmente, os livros dedicados a esse tema são muito poucos. O autor da presente comunicação analisa a atividade da pastoral polônica no Brasil nos seguintes livros: Obecność Polaków i Polonii w Rio de Janeiro. Lublin, 1995, 362 p.; W służbie Kościoła i Polonii. Towarzystwo Chrystusowe: Funkcje społeczne i duszpasterskie w środowisku polonijnym w Ameryce Łacińskiej. Warszawa, 1998, 292 p.; W trosce nie tylko o rodaków. Misjonarze polscy w Brazylii. Curitiba, 2001, 290 p.

[1]SOJKA, W. CM. Początki duszpasterstwa polskiego w Brazylii. Duszpasterz Polski Zagranicą, n. 4 (1960), p. 376.

[1]Ibidem, p. 377.

[1]SOJKA, W. CM. Początki duszpasterstwa polskiego w Brazylii. Duszpasterz Polski Zagranicą, n. 1 (1961), p. 46.

[1]SMOLANA, K. Polonia w Brazylii.In: KULA, M. (red.). Dzieje Polonii w Ameryce Łacińskiej. Wrocław, 1983, p. 332; PITOŃ, J. CM. U źródeł emigracji polskiej w Brazylii. Kalendarz Ludu. Curitiba, 1973, p. 96; PARADOWSKA, M. Podróżnicy i emigranci. Szkice z dziejów polskiego wychodźstwa w Ameryce Południowej. Warszawa, 1984, p. 14 e 33; PARADOWSKA, M. Wkład Polaków w rozwój cywilizacyjno-kulturowy Ameryki Łacińskiej. Warszawa, 1992, p. 23; SŁABCZYŃSKI, W. i T. Słownik podróżników polskich. Warszawa, 1992, p. 222; MALCZEWSKI, Z. TChr. Obecność Polaków..., op. cit., p. 17-18; MALCZEWSKI, Z. TChr. Słownik biograficzny Polonii brazylijskiej. Warszawa, 2000, p. 72. 

[1]KAWKA, M. Polska obecność w Brazylii. In: DEMBICZ, A. (red.). Relacje Polska – Brazylia. Warszawa, 1996, p. 35. 

[1]PITOŃ, J. CM. Księża polscy w Brazylii. Kalendarz Ludu. Curitiba, 1971, p. 89-111.

[1]Uma biografia do pe. Antônio Zieliński pode ser encontrada em meu livro: W trosce nie tylko o rodaków. Misjonarze polscy w Brazylii. Curitiba, 2001, p. 290, no capítulo que apresenta as figuras dos missionários poloneses e polônicos.

[1]Przegląd Emigracyjny, n. 3, 1893, p. 117: “Em nome dos colonos da colônia de São Mateus e a ela adjacentes, que contam mais de 10.000 almas, solicito ao Prezado Senhor, como a uma pessoa preocupada com o destino dos emigrados, que se digne avisar-nos ou até mesmo providenciar o envio de um padre que, com verdadeiro desvelo pelos seus compatriotas, queira vir até aqui. Em razão da política brasileira, e até parece que a política moscovita e alemã tiveram nisso a sua ingerência, a autoridade eclesiástica brasileira apresenta diversas dificuldades, não querendo permitir que padres poloneses se estabeleçam em colônias polonesas, dando-lhes outras funções, e até parece que preferiria não ter padres poloneses. Um dos padres recém-chegados já era para ter-se estabelecido; mas essa esperança vai desaparecendo em razão de ele não ter uma recomendação da autoridade, ou porque não quis empenhar-se por este lugar, esperando que os colonos primeiramente depositassem certa importância com o objetivo de sustentá-lo, e uma importância bastante significativa, o que os colonos não se dispuseram a fazer, porque querem pagar a um padre permanente, e não a um que vem apenas para uma semana ou duas e vai embora, como já tem acontecido. O rendimento anual, ou seja, o salário permanente apenas em São Mateus, além das colônias vizinhas, é de 2.500 mil-réis, ao que se somam os rendimentos da igreja, o que no total pode chegar a 8.000 mil-réis. Os recursos são os melhores e, além disso, a casa paroquial tem um grande pomar. O padre que quiser vir, para não ter outras dificuldades no futuro, deve providenciar junto à autoridade eclesiástica suprema a recomendação para estabelecer-se em São Mateus; e, se não for possível de outra forma, que seja pelo menos como missionário. Então a autoridade local não poderá apresentar nenhuma objeção. Se o padre não tiver recursos próprios para a viagem, os colonos imediatamente enviarão ao Prezado Senhor a soma exigida. Acrescento que aqui se faz necessário um padre com vocação, um bom patriota, e então será possível fazer muita coisa com o nosso povo. Mas, se um padre aqui não aparecer e não se estabelecer, não se poderá mais contar com os poloneses de São Mateus; em pouco tempo, nesta liberdade brasileira, eles se tornarão selvagens a adotarão, como já estão começando a adotar, o espírito brasileiro, e seus filhos logo renegarão a sua identidade polonesa. É uma grande obrigação de todo polonês empenhar-se para não nos privarmos definitivamente de tantas forças polonesas...”. 

[1]Ibidem, p. 176.

[1]Ibidem, p. 183-184. 

[1]KŁOBUKOWSKI, S. Wspomnienia z podróży do Brazylii, Argentynie, Paragwaju, Patagonii i Ziemi Ognistej. Lwów, 1898, p. 130, 182-183, 188-190.

[1]SIEMIRADZKI, J. Szlakiem wychodźców. Wspomnienia z podróży do Brazylii. Warszawa, 1900, p. 147.

[1]PARADOWSKA, M. Wkład..., op. cit., p. 215.

[1]TURBAŃSKI, S. SVD. Murici – terra nossa. Curitiba, 1978, p. 35; Idem. Kościół polski w Kurytybie. Curitiba, 1978, p. 8; Idem. Werbiści – Zgromadzenie Słowa Bożego (SVD). Biuletyn Polskiej Misji Katolickiej w Brazylii, n. 2, 1977, p. 6-7.

[1]Lud, 15.7.1953, p. 1; PAŁKA, J. CM. Zgromadzenie Księży Misjonarzy w Brazylii. Kalendarz Ludu. Curitiba, 1953, p. 48; TURBAŃSKI, S. SVD. Kosciół polski..., op. cit., p. 8.

[1]SOJKA, W. CM. Początki duszpasterstwa polskiego w Brazylii. Duszpasterz Polski Zagranicą, n. 1 (1961), p. 45-46.

[1]Ibidem, p. 46.

[1]PARADOWSKA, M. Wkład..., op. cit., p. 215. A Sociedade de Cristo para os Poloneses Emigrados foi fundada pelo Primaz da Polônia cardeal Augusto Hlond em 1932. O objetivo principal da congregação é o trabalho pastoral em prol dos compatriotas que se encontram fora da Polônia. Cf.: Ustawy i Dyrektorium Towarzystwa Chrystusowego dla Polonii Zagranicznej. Poznań, 1991, cap. 2, p. 9-11; KOŁODZIEJ, B. Pe.  Towarzystwo Chrystusowe w Ameryce Południowej 1958-1988. Curitiba, 1989, p. 3-7.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. W służbie Kościoła i Polonii..., op. cit., p. 292.

[1]PARADOWSKA, M. Wkład..., op. cit., p. 215.

[1]DOBOSIEWICZ, Z.; RÓMMEL, W. Polonia w Ameryce Łacińskiej. Lublin, 1977, p. 32, 108-109, 159.

[1]WACHOWICZ, R. C. O camponês polonês no Brasil. Curitiba, 1981, p. 93.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Duszpasterstwo polskie w Rio de Janeiro. Duszpasterz Polski Zagranicą, n. 3 (1993), p. 425.

[1]PARADOWSKA, M. Wkład..., op. cit., p. 225. A experiência pessoal e a observação do autor no decorrer de 32 anos de trabalho no Brasil confirmam a opinião da autora.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Obecność Polaków i Polonii w Rio de Janeiro. Lublin, 1995, p. 180.

[1]Ibidem, p. 181.

[1]Ibidem.

[1]GLEMP, J. Kard. Kościół i Polonia. Poznań-Warszawa, 1986.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Obecność Polaków..., op. cit., p. 182-183.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. W służbie Kościoła i Polonii..., op. cit., p. 98-206.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Polonii brazylisjkiej obraz własny. Zapiski emigranta 1979-2006. Curitiba, 2007, p. 58-61, 74-78, 176.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Obecność Polaków..., op. cit., p. 183.

[1]Arquivo dos Padres Vicentinos em Curitiba (a seguir: APV). Pasta: Rektorat Polskiej Misji Katolickiej 1955-1962. Deklaracja ks. L. Bronnego CM z dnia 14 XII 1955;Lud, 8.7.1953, p. 1.

[1]APV. Pasta: Rektorat Polskiej Misji Katolickiej 1952-1963.

[1]Lud, 8.7.1953, p. 1.

[1]APV. Pasta: Rektorat Polskiej Misji Katolickiej 1952-1963.

[1]Ibidem.

[1]Ibidem.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Duszpasterstwo polskie..., art. cit., p. 371.

[1]GLEMP, J. Kard. Kościół i Polonia. Poznań-Warszawa, 1986, p. 24-25.

[1]MALINOWSKI, M. (Org.). Rola duszpasterstwa polskiego w organizacji społeczności lokalnych w Ameryce Łacińskiej. Warszawa, 1999, p. 30. 

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Polonii brazylijskiej obraz własny..., op. cit., p. 149-150, 194. 

[1]Uma biografia de Edmundo Gardolinski pode ser encontrada em meu livro: Słownik biograficzny..., op. cit., p. 125-126.

[1]GARDOLINSKI, E. Polska grupa etniczna w Região Missioneira. Kalendarz Ludu. Curitiba, 1958, p. 73.

[1]MALINOWSKI, M. (Org.). Rola duszpasterstwa polskiego..., op. cit., p. 160-161.

[1]Ibidem, p. 206-208.

[1]MALCZEWSKI, Z. TChr. Świętowanie 21 rocznicy powstania “Braspolu”. Echo Polskiej Misji Katolickeij w Brazylii, n. 10, 1/2011, p. 10-11.

[1]MALINOWSKI, M. (Org.). Rola duszpasterstwa polskiego..., op. cit., p. 42. 

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