Destacados poloneses e representantes da comunidade polônica no Brasil


 

 
 
Os poloneses que se fixaram definitivamente no Brasil e os seus descendentes trouxeram a sua contribuição para a ciência, a arte e a economia deste país. Nos últimos anos encontramos um número cada vez maior de representantes da comunidade polônica também no governo federal, nos órgãos estaduais e entre as autoridades municipais, especialmente no sul do país, onde os imigrantes dessa etnia se estabeleceram em número mais significativo.
 
 
As autoridades brasileiras apreciam essa contribuição e a enfatizam em diversas ocasiões. Neste ponto vale a pena citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que durante a sua visita à Polônia, em fevereiro de 2002, durante um almoço oferecido em sua honra pelo então presidente polonês Aleksander Kwasniewski, assim se pronunciou: “Há muito tempo admiro o espírito fraternal e sincero dos poloneses. Durante as minhas visitas ao Sul do Brasil, especialmente aos Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, fiquei encantado com a nobreza dos poloneses e dos seus descendentes que ali residem. A comunidade étnica polonesa no Brasil conta cerca de 1 milhão e meio de pessoas, o que faz com que – depois dos Estados Unidos – o Brasil possua a segunda maior comunidade oriunda de imigrantes poloneses. Eu sempre cito esse número, visto que os brasileiros dele se orgulham, conscientes da excepcional contribuição trazida por essa nação amiga para a formação da nossa sociedade. Do teatro às belas artes, da agricultura à indústria – sem falarmos da educação e da ciência –, a participação do grupo étnico  de origem polonesa é muito significativa no vida do Brasil. Por isso vim à Polônia com o sentimento de que estou voltando a uma importante matriz do mosaico étnico que é o Brasil’.
 
 
Abaixo apresento os perfis selecionados de alguns poloneses e representantes da comunidade polônica que com o seu trabalho e a sua dedicação contribuíram para o desenvolvimento do Brasil. Naturalmente não se trata de uma lista completa. Esta é apenas uma tentativa de apresentar pessoas selecionadas e a sua variada contribuição para o desenvolvimento desse país.
 
 
AGNIEWICZ, Roberto Oscar(1878 - 1947) – pioneiro da produção petrolífera no Paraná. Em 1932, em São Mateus do Sul, no Estado do Paraná, de forma artesanal ele começou a produzir petróleo a partir do xisto betuminoso. Em 1939, essa era a primeira gasolina fabricada no Brasil. Foi justamente nesse período que a imprensa curitibana chamou Agniewicz de empresário que sonhava com a exploração das riquezas do Brasil. No início da II Guerra Mundial ele produzia diariamente 300 litros de combustível utilizado em veículos. Infelizmente, em 1942 o governo ordenou que Agniewicz fechasse a sua refinaria, sob o pretexto de que ele estava produzindo material bélico. Em 1984 a Petrobrás – diante do prédio da administração da refinaria em São Mateus do Sul – ergueu em homenagem a Roberto Agniewicz um monumento de dois metros de altura, em reconhecimento ao seu trabalho pioneiro. No pedestal do monumento foi colocada uma placa informativa. Atualmente (em 2007), nas instalações da Petrobrás em São Mateus do Sul trabalham na produção de petróleo cerca de 3 mil pessoas.
 
 
BARCINSKI, Tomasz(1936 - ) – tradutor da literatura polonesa. Juntamente com seus pais, veio ao Brasil em 1947. Estudou nos Estados Unidos e no Brasil, onde obteve o diploma de engenheiro industrial na Escola Nacional de Engenharia, no Rio de Janeiro. Exerceu muitas funções de responsabilidade em fábricas de cigarros e de cerveja. Dedicava o tempo livre à tradução de obras de autores poloneses, a fim de familiarizar o leitor brasileiro com a riqueza da literatura polonesa. Traduziu obras de autores poloneses como Anna Bolecka (“O caro Franz”), Ladislau Szpilman (“O Pianista”), Ryszard Kapuscinski (“O Imperador”), Henryk Sienkiewicz (“A ferro de fogo”, “O dilúvio”).
O filho de Tomasz Barcinski Philippe (1972 - ) é conhecido no mundo cinematográfico brasileiro e é o autor de várias produções cinematográficas. Participou de festivais internacionais, nos quais a sua produção artística foi agraciada com muitos prêmios.
 
 
BRODOWSKI, Alexandre(1855 - 1899) – engenheiro e construtor de estradas de ferro nos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. Em Manaus, na Amazônia, juntamente com o engenheiro Bronislau Rymkiewicz construiu um porto fluvial. Foi também diretor de estrada de ferro e professor na Escola Politécnica de São Paulo. O Estado de São Paulo homenageou Brodowski dando o seu nome a uma das suas cidades, pela qual passava a estrada de ferro construída por ele e pelo engenheiro Rymkiewicz.
 
 
CHROSTOWSKI, Tadeusz(1878 - 1899) – conhecido como o Pai da ornitologia paranaense. Foi o pioneiro das pesquisas ornitológicas no Paraná. Para isso realizou três viagens científicas ao Brasil. No dia 8 de julho de 1922, na colônia paranaense de Teresa, pela primeira vez encontrou-se com nativos da tribo dos caingangues. Um fruto dessa expedição foi a descoberta de um caramujo (Clausilia) até então desconhecido no Brasil. No seu livro “Paraná”, publicado em 1922, Chrostowski descreveu as suas duas primeiras expedições científicas. Durante a realização da terceira expedição, na localidade de Pinheirinho (a 72 quilômetros de Foz do Iguaçu), contraiu malária e ali faleceu no dia 4 de abril de 1923. De acordo com o antigo costume brasileiro, foi sepultado junto à estrada. Em 1924, em homenagem à memória de Chrostowski, a União Central dos Poloneses do Brasil assinalou o local da sua morte com um modesto monumento. Numa placa de bronze, um texto em língua polonesa enaltecia as realizações científicas do grande ornitólogo. A expedição interrompida pela morte de Chrostowski foi concluída por Tadeusz Jaczewski.
 
 
CZERNIEWICZ, Pedro Luís Napoleão(1812 - 1882). Como médico, veio ao Brasil em 1839. Contribuiu para o desenvolvimento das ciências médicas no país. Em 1841 publicou no Rio de Janeiro uma enciclopédia médica. Foi membro da Academia Imperial de Medicina no Rio de Janeiro. Em reconhecimento aos seus méritos no Brasil, em 1874 o imperador Pedro II concedeu-lhe a condecoração do “Cruzeiro da Rosa”.
 
 
FISCHLOWITZ, Estanislau (1900 - 1976).  Professor de Direito. Em 1941 veio ao Brasil e estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Foi funcionário da administração do presidente Getúlio Vargas e trabalhou no ministério do trabalho, indústria e comércio. Colaborou na elaboração da legislação trabalhista, que fazia parte do programa político de Getúlio Vargas. Por muitos anos foi professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Foi autor de muitos livros.
 
 
JURZYKOWSKI, Alfredo(1899 - 1966) – empresário, o primeiro a importar da Alemanha os caminhões “Mercedes Benz”.  Com o tempo, organizou no Brasil, juntamente com uma firma alemã, a fábrica de ônibus e caminhões “Mercedes Benz”. Em 1960 fundou nos Estados Unidos a “Fundação Jurzykowski”, com a finalidade de apoiar estudantes, cientistas, artistas e líderes culturais brasileiros e poloneses.
 
 
KAWKA, Mariano(1941 - ) – professor universitário em Curitiba e articulista da comunidade polônica brasileira.  Autor de manuais para a aprendizagem da língua polonesa, de um dicionário português-polonês (1984) e polonês-português (1999). Membro da equipe redacional da revista de estudos polono-brasileiros “Projeções” (1999-2009) e do atual periódico "Polonicus. Revista de reflexão Brasil-Polônia".
 
 
KOSSOBUDZKI, Simão(1869 - 1934). Médico, jornalista, professor universitário. Co-fundador da Universidade Federal do Paraná em Curitiba. Foi o organizador e o primeiro professor da cátedra de cirurgia nessa universidade. Fundou a Associação Médica do Paraná. Em 1927 foi também um dos fundadores da Associação Paranaense de Imprensa.
 
 
KRUSZYNSKI, Estanislau(1856 - 1924) – Pai da contabilidade no Brasil.  Veio ao Brasil em 1881. Inicialmente foi professor de geometria analítica e de matemática em São Paulo. Em 1890 mudou-se para a cidade de São Carlos (a 400 quilômetros de São Paulo), onde foi professor, dirigiu um escritório de contabilidade e deu cursos de contabilidade agrícola, comercial e industrial.  Introduziu uma nova metodologia na contabilidade brasileira. Em 1905 o governo estadual de São Paulo introduziu em sua contabilidade o sistema de Kruszynski. Com o tempo esse sistema difundiu-se por outros Estados. Dessa forma, graças a Kruszynski, a cidade de São Carlos tornou-se o berço da contabilidade brasileira. Todos os anos, no dia do contabilista, as autoridades municipais de São Carlos conferem o prêmio Estanislau Kruszynski ao “Contabilista do ano”.
 
 
KWAKOWSKI, Félix ( ? - 1895) – engenheiro. Foi o chefe da construção do sistema de canalização do Rio de Janeiro. No dia 29 de novembro de 1890, juntamente com um grupo de imigrantes, fundou no Rio de Janeiro a Sociedade Polonesa “Concórdia”.
 
 
LANGROD, Jorge (1904 - ? ) – professor da Universidade Jaguiellonica de Cracóvia. Nos anos cinqüenta do século passado, atuou no Brasil como delegado da UNESCO. Exerceu a função de assessor do governo federal na formulação do direito administrativo no Brasil.  Foi professor na Escola de Administração Pública do Rio de Janeiro.  Em 1974 a Fundação Getúlio Vargas outorgou ao Prof. Langrod uma medalha de mérito pelo seu trabalho acadêmico e de assessoria na área da organização do direito administrativo no Brasil.
 
 
LECHOWSKI, Bruno Bronislau (1887 - 1941) – famoso pintor impressionista. Veio ao Rio de Janeiro no dia 4 de agosto de 1925. Colaborou com conhecidos artistas brasileiros, como: Osvaldo Teixeira, Rodolfo Bernardelli, Eliseu Visconti, Rafael Frederico Galvão, Georgina Albuquerque, Hélios Selinger, Ivone Visconti. Foi amigo dos artistas paranaenses Teodoro de Bonna, Lange de Morretes, Traple, Cobbe, Sá Barreto, Turim, Andersen. Os quadros de Lechowski eram revolucionários nas cores e expressavam a liberdade na interpretação da natureza Bruno Lechowski, juntamente de Teodoro de Bonna, foram os precursores do modernismo paranaense.
 
 
LEMINSKI, Paulo (1944 - 1989 ) – conhecido poeta e escritor romântico paranaense. Dentre as suas obras, destaca-se o volume de poesia experimental “Catatau”, obra que contribuiu para a divulgação da sua fama no Brasil. A popularidade de Leminski cresceu mais ainda graças aos textos de músicas que escreveu para os cantores brasileiros Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Paulinho Boca de Cantor, Guilherme Arantes, Os Titãs. Foi tradutor, escritor e autor de histórias em quadrinhos.
 
 
LEWANDOWSKI, Enrique Ricardo (1948 - ). Concluiu os estudos na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, da qual se tornou professor. Em março de 2006 foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ministro do Supremo Tribunal Federal em Brasília. A sua candidatura para esse cargo foi confirmada pelo Senado brasileiro.
 
 
LOS, André (1899 - 1962) – conde, oficial da marinha. Em conseqüência das atividades bélicas veio ao Brasil no dia 12 de setembro de 1942. No dia 5 de novembro de 1949 recebeu uma condecoração brasileira – a medalha Rui Barbosa. Em 1952 fundou em São Paulouma fábrica pioneira de copos e outros produtos de papel.
 
 
LUKASZEWICZ, Domingos (1887 - 1979). Veio ao Brasil em julho de 1931. Fundou um instituto científico particular onde fabricava material didático de anatomia. Nessa área foi um pioneiro, visto que até então materiais desse tipo eram importados da França. Organizou o Instituto de Anatomia na Faculdade de Medicina da Universidade Federal em Curitiba. Além disso, organizou e modernizou na mesma cidade um museu de anatomia.
 
 
MECINSKI, Adalberto (1601 - 1643). Padre, missionário, mártir no Japão. Foi o primeiro religioso polonês no Brasil, aonde aportou por acaso em 1631. Durante a viagem de Lisboa a Goa, em razão de uma tempestade no Atlântico o navio em que ele viajava foi desviado do curso programado para o litoral brasileiro. O Pe. Mecinski aproveitou a sua estada no Brasil para fazer uma descrição de Pernambuco e um mapa da região.
 
 
MICHALSKI, João(1932 - 1990) – ator, diretor do cinema e do teatro brasileiro. Chegou ao Brasil em 1948. Em 1982 fundou no Rio de Janeiro o Centro de Artes de Laranjeiras, uma das mais respeitadas escolas de teatro no Brasil.
 
OSTOJA ROGUSKI, Bronislau (1913 - 1972). Filho de Vitoldo, jurista. Foi o primeiro deputado federal de origem polonesa no Brasil. Contribuiu para a elaboração da Constituição do Paraná em 1947. Esteve envolvido nas comemorações do centenário da colonização polonesa no Paraná.
 
 
OSTOJA ROGUSKI, Vitoldo Alexandre (1883 - 1921) – engenheiro. Um dos mais eminentes poloneses que se estabeleceram no Paraná. Como engenheiro, contribuiu para o desenvolvimento desse Estado. Trabalhou na Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande. Nessa atividade foi o construtor de um trecho de estrada de ferro entre Porto União (Santa Catarina) e Marcelino Ramos (Rio Grande do Sul).
 
 
PRZEWODOWSKI, André (1799 - 1879) – conde, engenheiro. Realizou trabalhos de engenharia no Estado da Bahia. Deixou muitas obras em Salvador, projetou e realizou a ponte metálica D. Pedro sobre o rio Paraguaçu, um canal em Ilhéus ligando prédios governamentais e particulares e outras obras. Foi um pioneiro na realização de pesquisas geológicas na Bahia. O resultado dessas pesquisas foi publicado em 1885 no Rio de Janeiro.
 
 
PRZEWODOWSKI, Estanislau (1843 - 1903) – capitão, um dos filhos de André Przewodowski. Tornou-se famoso na Guerra do Paraguai (1868-1872). Foi também o protagonista de um incidente com a Argentina quando era comandante em Itaqui (Rio Grande do Sul). Defendeu a honra da marinha brasileira. Como prova de gratidão pela sua coragem, a cidade de Itaqui construiu em sua honra o “Teatro Przewodowski”.
 
 
RADECKI, Venceslau (1887 - 1953). Em 1924 fundou o primeiro instituto de psicologia no Rio de Janeiro, considerada a primeira desse tipo na América do Sul.
 
 
ROZWADOWSKI, Florestan (1822 - 1879) – conde e major, veio ao Brasil em 1850 ou 1851. Realizou medições topográficas no rio Amazonas e nos seus afluentes. Foi o primeiro a atingir áreas onde ainda não havia pisado o pé do homem branco. As pesquisas das regiões tropicais consumiram-lhe vários anos. Fruto dessas pesquisas são mapas topográficos, os primeiros desse gênero no Brasil. Freqüentou a corte do imperador Pedro I. Em 1857 escreveu a publicou com recursos próprios a obra “Governo e civilização, o envolvimento de estrangeiros no Brasil”.
 
 
SAMEK, Jorge (1955 - ) – engenheiro agrônomo. Nos anos 1995-1997 foi presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Estado do Paraná. Desde 1997 faz parte da direção nacional do PT. Nos anos 2001-2003 exerceu o cargo de vereador da cidade de Curitiba. Em 2003 foi eleito deputado federal. No entanto não exerceu essa função política por ter sido nomeado pelo presidente do Brasil diretor da “Itaipu Binacional”, a maior hidrelétrica do mundo, na qual assumiu a função de diretor-geral no dia 21 de janeiro de 2003.
 
 
SIWEK, Paulo (1893 - 1986) – padre jesuíta. Nos anos 1941-1946 foi professor de metafísica e de psicologia experimental na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Após ter deixado o Brasil e ter-se fixado nos Estados Unidos, manteve contatos com a Academia Brasileira de Filosofia, com a Academia de Literatura e com outros núcleos científicos desse país.
 
 
SIEWIERSKI, Henrique (1951 - ). Estabeleceu-se no Brasil em 1986. É professor da Universidade de Brasília, onde leciona teoria da literatura. Durante alguns anos foi o diretor do Instituto de Literatura dessa universidade. Traduziu e publicou no Brasil diversas obras de autores poloneses. Divulgador da literatura polonesa no Brasil.
 
 
TROMPOWSKI FIGUEIRA DE ALMEIDA, Armando (1889 - 1966) – filho do marechal Roberto Trompowski. Ministro da aeronáutica e ministro do Supremo Tribunal Militar. Dedicou à carreira militar mais de cinqüenta anos da sua vida.
 
 
TROMPOWSKI LEITÃO DE ALMEIDA, Roberto (1853 - 1926) – descendente de Roberto Trompowski, brasão Toporczyk, oriundo de uma família da nobreza da região de Cracóvia. Exerceu a função de assistente na cátedra de matemática superior dirigida por Benjamin Constant. Em 1919 foi nomeado marechal. Através de um decreto do dia 13 de março de 1962, o presidente do Brasil João Goulart confirmou a escolha do nome desse eminente militar como patrono do ensino militar no Brasil.
 
 
WOS SAPORSKI, Sebastião Edmundo (1844 - 1933). Veio ao Brasil em 1868. Juntamente com o Pe. Antônio Zielinski, empenhou-se junto ao imperador Pedro II pela migração dos poloneses de Santa Catarina ao Paraná. Por muitos anos redigiu o “Jornal polonês no Brasil”, bem como exerceu a função de presidente da Sociedade Tadeu Kosciuszko em Curitiba. Em 1912 foi eleito o primeiro deputado estadual paranaense de origem polonesa. Na Assembléia demonstrou grande competência na solução de problemas estaduais, especialmente na área de colonização, estradas e transportes. É chamado Pai da colonização polonesa no Brasil.
 
 
WACHOWICZ, Ruy Christovam (1939 - 2000) – historiador, pesquisador de história da imigração polonesa no Brasil. Professor da Universidade Federal do Paraná. Foi um dos primeiros a escrever no Brasil em língua portuguesa a respeito da imigração polonesa. Deixou uma rica literatura dedicada à história da imigração polonesa. Foi membro da Academia Paranaense de Literatura e do Instituto Histórico-Geográfico do Paraná. Através de uma resolução tomada na VIII assembléia geral da “Braspol” (13-15 de outubro de 2006), a comunidade polônica escolheu-o como patrono dos escritores e pesquisadores polônicos no Brasil.
 
 
ZAK, João (1884 - 1961). Juntamente com os pais, emigrou ao Brasil em 1896. Escultor e professor de arte, adotou o pseudônimo “João Zaco Paraná”. Professor da Academia de Belas-Artes no Rio de Janeiro. Autor de muitos monumentos, estátuas, esculturas e composições esculturais. Em 1925 executou a escultura “O Semeador”, que se encontra numa das praças centrais de Curitiba. Trata-se de um monumento em honra dos anônimos camponeses de origem polonesa que contribuíram para a colonização do Brasil, bem como um símbolo de gratidão desses colonizadores diante da sua nova pátria. Essa obra, em cuja realização envolveu todo o seu talento, proporcionou-lhe fama no Paraná e em outros Estados brasileiros. Uma outra obra famosa de sua autoria é “Amor materno”, estátua que esculpiu para homenagear todas as mães e que era a obra predileta do próprio artista. Essa obra encontra-se no Rio de Janeiro, e uma cópia sua ornamenta o Jardim Botânico de Curitiba. As obras do eminente artista encontram-se em vários Estados brasileiros: Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, bem como na Bélgica, França, Argentina e nos Estados Unidos.
 
 
ZIELINSKI, Antônio (1825 - ? ) – padre, na Polônia foi participante do Levante de Janeiro de 1963. Foi amigo do Conde d’Eu – genro do imperador Pedro II. Juntamente com Sebastião Edmundo Wos Saporski contribuiu para a transferência dos imigrantes poloneses de Santa Catarina para os arredores de Curitiba, no Paraná.
 
 
ZIEMBINSKI, Zbigniew (1908 - 1978) – Chegou ao Brasil no dia 17 de julho de 1941 e estabeleceu-se no Rio de Janeiro. Ator, diretor de teatro e de cinema. Deixou um vestígio indelével na história da arte brasileira. Um grande mérito seu foi o fato de dar ênfase à apresentação de peças teatrais de autores brasileiros, e não estrangeiros, como era moda na época. Zbigniew Ziembinski é considerado o Pai do moderno teatro brasileiro. No dia 23 de setembro de 1974, pelo trabalho que desenvolveu no campo da cultura e da arte, foi condecorado na Polônia com a Cruz Áurea do Mérito. Além disso, como professor de didática e de arte dramática, Ziembinski foi honrado com várias condecorações brasileiras, entre as quais a Ordem do Cruzeiro do Sul, Medalha de Ouro de Cidadão Honorário Carioca, Medalha de Ouro da Associação dos Críticos do Rio de Janeiro. Recebeu também o título de cidadão honorário do Estado da Guanabara. Um símbolo eloqüente da permanência do seu nome na área artística brasileira é o “Teatro Ziembinski”, no Rio de Janeiro.
 
 
Os nomes que mencionei acima são alguns dos mais conhecidos no Brasil. Trata-se de uma amostra típica da comunidade polonesa e polônica no Brasil, evidentemente realizada de forma muito seletiva. Uma imagem mais completa dessa contribuição polonesa e polônica para o desenvolvimento do Brasil pode ser encontrada no meu trabalho em língua polonesa “Dicionário biográfico da comunidade polônica brasileira”, Varsóvia, 2000, bem como na obra que publiquei conjuntamente com o Prof. Ruy C. Wachowicz “Perfis polônicos no Brasil”, Curitiba, 2000.
 
No entanto torna-se necessário perceber mais um valor polonês aqui presente e muito visível. Por isso, para finalizar, gostaria de aqui assinalar e enfatizar que também a beleza de origem polonesa está se tornando visível no panorama fisionômico do Brasil, especialmente no mundo feminino. Nos concursos ultimamente realizados para a escolha da mais bela brasileira, encontramos também candidatas com sobrenomes poloneses. São às vezes sobrenomes algo deturpados, “abrasileirados”, mas que mesmo assim conservam as suas raízes e nuanças polonesas.
 
 
Menciono abaixo os nomes de algumas dessas jovens bem classificadas nos concursos de Miss Brasil.
Em 1980, entre 26 candidatas, ficou em quarto lugar Adriana Zselinsky, do Rio Grande do Sul.
Em 1991, dentre 10 candidatas, obteve o terceiro lugar Silene Kupssinski, também do Rio Grande do Sul.
Em 1999, foi eleita Miss Brasil Lucimara Machowski, de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Em 2000 o primeiro lugar, entre 27 candidatas, também coube a uma brasileira de descendência polonesa, Josiane Kruliskoski, do Mato Grosso.
Em 2002, entre 27 candidatas, obteve o quarto lugar Keli Kaniak, de Curitiba, Paraná.
 
 
No momento estou preparando o segundo volume do “Dicionário biográfico da comunidade polônica brasileira”, com o objetivo de apresentar outros nomes de poloneses e seus descendentes que tenham participado do desenvolvimento da pátria brasileira. Creio que tanto o Brasil como a Polônia devem preservar a memória dessas laboriosas, criativas e meritórias personalidades. 
                  
                                                                                               Zdzislaw MALCZEWSKI SChr

Endereço

Porto Alegre-RS
Av. Presidente Franklin D. Roosevelt, 920 | CEP 90230-002

Contato

Tel.: (51) 99407-4242
(51) 3024 - 6504


email: revista@polonicus.com.br